Bento XVI reclama de tentativas de silenciá-lo e ataca o casamento gay

'Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade', afirma Joseph Ratzinger em sua biografia autorizada.


O papa emérito Bento XVI, conhecido por sus posições tradicionalistas, afirma que seus opositores desejam calar sua voz e volta a criticar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em uma biografia autorizada publicada nesta segunda-feira (4) na Alemanha.

Joseph Ratzinger, 93 anos, alega ser vítima de uma "distorção maligna da realidade" no livro que recebeu o título "Bento XVI - Uma Vida" e que inclui várias entrevistas, de acordo com os trechos publicados pela imprensa alemã e pela agência de notícias DPA.

"O espetáculo de reações vindas da teologia alemã é tão equivocado e mal-intencionado que eu prefiro não falar sobre isto", afirma.
"Prefiro não analisar as razões reais pelas quais as pessoas desejam silenciar minha voz", completa.

Casamento gay, aborto e criação da vida em laboratório
 
Na biografia publicada nesta segunda-feira, Bento XVI reitera a oposição ao casamento gay. "Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade", afirma. "Acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório", completa.

Ele afirma que, por isso, é "apenas natural" que as pessoas "temam o poder espiritual do anticristo". Na Alemanha, onde a Igreja Católica é comandada por clérigos considerados reformistas, Ratzinger é criticado com frequência por suas opiniões sobre o islã ou questões sociais.

Bento XVI, que foi papa entre 2005 e 2013, é acusado de tentar sabotar os esforços de modernização da Igreja de seu sucessor, o papa Francisco. No livro, Ratzinger afirma, no entanto, que tem boas relações com o atual pontífice. "A amizade pessoal com o papa Francisco não apenas persistiu, como cresceu", destaca.


Por France Presse/  G1