Você sabe o que é a “Síndrome da mulher Maravilha?”
Coluna: Vida - desenvolvimento humano - saúde emocional.
Por Ana Gaspary
Eu sei, pois eu tive a “síndrome da Mulher Maravilha ali pelos meus trinta anos. Foi bem difícil, eu queria dar conta de tudo e um pouco mais, com perfeição, e acabei adoecendo.Tive uma crise adrenérgica. Resultado: mudei minha vida completamente, e desde então, sou simplesmente mulher, deixei a heroína de lado. Mas, vamos entender um pouco mais que síndrome é essa?
Síndrome, segundo o dicionário, é o conjunto de sinais e sintomas que podem ser observados em várias doenças sem causa específica. Não podemos dizer que a “Síndrome da Mulher Maravilha” é uma doença, mas se ao observarmos os sintomas e um especialista não for procurado, pode virar doença, como foi o meu caso. Apesar do nome parecer divertido ou estimulante, essa síndrome pode desencadear doenças ou distúrbios como ansiedade ou depressão.
O Brasil é um dos países com o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo, sendo que as mulheres são a maioria entre as pessoas diagnosticadas.
Um levantamento realizado no ano de 2018 pela OMS constatou que o Brasil está no topo, com 9,3% da população manifestando o quadro. O sexo feminino é o que mais sente as consequências com 7,7% sendo ansiosas.*
Depressão, transtornos de ansiedade, disfunções gástricas, insônia são algumas das reclamações mais recorrentes.
Vou te fazer algumas perguntas:
Você se cobra para dar conta de todas as tarefas com perfeição? Você se sente pressionada a desempenhar muitas tarefas?
Você tem dificuldade em delegar tarefas aos outros?
Você se sente frustrada quando não consegue dar conta de todas as atividades programadas para sua rotina?
Você frequentemente sente que faltam horas no seu dia?
Hummmm……cuidado …não vá cair na armadilha da “síndrome da Mulher Maravilha!!
Por que essa Síndrome acontece?
Porque somos cobradas por nós mesmas, pela nossa família, pela sociedade e por qualquer pessoa que faca parte do nosso circulo de relações. Porque algumas de nós são perfeccionistas, temos uma necessidade de demonstração de forca, capacidade de superação e vontade de acertar.
Queremos mostrar que somos capazes, independentes.
E o feminismo trouxe a questão da competição com o masculino e muitas vezes com o próprio feminino. Tudo isso junto e misturado, as vezes faz com que agente exagere, tomando proporções que acabam com a saúde de muitas mulheres e gerando relacionamentos desequilibrados ou tóxicos.
Se, você desconfia que tenha ou se enxerga nestes comportamentos característicos da Mulher Maravilha, o melhor a fazer é parar, respirar e refletir: Por que eu preciso disto?
O que essa exigência traz de bom para a minha vida?
Como eu me sentiria não precisando provar nada para mim mesma ou para os outros?
Algumas sugestões: defina prioridades, aprenda a dizer não, avalie constantemente o que é mais importante, delegue tarefas, se pergunte se você está feliz, em paz ou satisfeita, invista em autoconhecimento. O mais importante e o mais chocante de tudo, é se dar conta que a super mulher que dá conta de tudo e que é perfeita não existe. Ela mora em filmes de ficção, em histórias em quadrinhos, em redes sociais, mas não existem. Mulheres reais tem vidas reais com histórias reais. E, sem super poderes. Precisamos nos manter vivas, felizes, saudáveis, com qualidade de vida, sendo quem somos, com nossas forcas e fraquezas e sem super poderes. Apenas e tão somente Mulheres maravilhosas sem sermos Mulher maravilha.
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Texto de Ana Gaspary. Psicóloga especialista em Aconselhamento, Pós-graduada em Abordagem Centrada na Pessoa e Gestalt Terapia, Consultora e Analista do Sistema de Desenho Humano, Terapeuta Corporal,Colunista do Portal 93 Notícias.
Referência bibliográfica: Wikipédia.
Data:10/03/2020.
*Trecho da matéria do portal A Tarde - www.atarde.uol.com.br/notícias.